sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Usuários de transporte público fazem mobilização no Centro


O DCE já tem uma audiência marcada com o prefeito para o dia 18 de janeiro




Na tarde desta quarta-feira, os usuários de transporte público de João Pessoa se mobilizaram contra o aumento da tarifa de ônibus. Com apitos, faixas e cartazes, os manifestantes se concentraram em frente ao Theatro Santa Roza e invadiram o asfalto ocupando duas faixas e deixando o trânsito lento no centro da Cidade.
Segundo o coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Alexandre Santos, o objetivo da mobilização é levar o diálogo até a população distribuindo panfletos explicativos e mostrando que os estudantes estão indo às ruas. O DCE pede que o preço da passagem volte a ser R$ 1,90 e que congele nesse valor.
Alexandre também informou que a luta não é só dos estudantes. Está marcada para segunda-feira uma reunião com outros movimentos. “Estamos pensando em um ato unificado, não somente dos estudantes, mas também com outros trabalhadores, da limpeza urbana, o movimento de mulheres entre outros movimentos sociais”, conta, “queremos aglutinar outras forças da cidade”.


Uma das reclamações do DEC/UFPB é pelo aumento estar acima da inflação. “Acima do reajuste dado aos cobradores, aos motoristas, acima do salário mínimo também”, enumera Abraão Matheus, estudante universitário, e, como fez questão de enfatizar, desempregado.
“Eu, professor, vejo o sacrifício dos meus alunos pegando ônibus, vejo essa realidade de famílias extremamente pobres, que ganham um salário mínimo e têm que dar 10% do seu orçamento ou até mais pra pagar uma tarifa extremamente absurda”, desabafa o professor de história da rede estadual, Renan Palmeira. Mas ele não vê o problema apenas de longe. Renan não sabe dirigir e também é usuário do transporte público coletivo. “Gasto, por dia, R$ 4,20. Dá por semana quase R$ 25 e por mês R$ 100 só pra ir e voltar do trabalho”, explica, “pesa muito no meu bolso, principalmente porque professor também é muito mal remunerado, eu poderia tá comprando livros, investindo nos meus estudos, num plano de saúde”.
Planilha Tarifária
O DCE acusa as empresas de transporte urbano de João Pessoa de estarem sendo desonestas com suas contas. Segundo eles, o lucro dos empresários é de, pelo menos, metade de cada passagem, ou seja, R$ 1,10 para cada usuário, enquanto que os relatórios não discriminam lucro algum. “Quando eles vêm falar de aumento de passagem, eles vêm com planilhas técnicas que têm valores irreais”, afirma Abraão, “surreais, diria eu”.
O conselheiro tarifário do DCE, Enver José, explica que a própria planilha tarifária determina que quanto maior for o número de estudantes, mais alto é o preço da tarifa. Mas de 2006 até o ano passado, a quantidade de estudantes diminuiu de 40% para 20%. “Se reduziu a quantidade de estudantes, a tarifa de ônibus devia também ter reduzido” pontua.
Enver também diz os problemas do usuário, como superlotação e demora dos ônibus, não é discutido nas reuniões do conselho. “Mas o problema do empresário, a prefeitura sempre resolve, que é sempre um reajuste”, diz.
Esse e outros pontos serão discutidos com o prefeito Luciano Agra no próximo dia 18 em uma audiência. Na pauta da reunião estão a redução da tarifa, a relização de um seminário de mobilidade urbana na cidade de João Pessoa e a solicitação de uma auditoria das contas das empresas de transporte urbano da Cidade para averiguar essas denúncias.



Redes sociais
Nos movimentos sociais, a validade das manifestações online é às vezes questionada. Enquanto muitos acham que “xingar muito no twitter” não ajuda a alcançar o objetivo dos movimentos, outros vêem a ferramenta como um “empurrãozinho”. “Algumas pessoas que, por conta do trabalho, não tão podendo vir, espalham vídeos, cartazes virtuais, elas têm dado apoio nesse sentido”, defende Alexandre, “nem todo mundo pode vir, e, quando não vem, rola um apoio muito maciço pela internet”.
Porém, Abraão frisa que só tuitar não adianta. “Já disseram que ‘quem não tuita, não milita’, mas não adianta ser apenas um holograma, uma fotinha nas redes sociais, tem que tá na rua também”, diz

FONTE: Portal Pb1 - postado por Krystine Carneiro.

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