terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Lutar até a tarifa baixar!

Uma bela plenária no monumento da Pedra do Reino, na Lagoa, centro de João Pessoa. Assim terminou o quinto ato desde que a passagem aumentou em nossa cidade. Todas as falas foram no sentido de parabenizar o movimento. Algumas atentavam para a necessidade de radicalizar a manifestação estudantil para conquistar o nosso objetivo, outras enfatizaram a dimensão organizativa como indispensável para potencializar o movimento. Todas e todos estiveram de parabéns! Afinal, é essa a juventude que não aceita de cabeça baixa e questiona se é esse o transporte público que queremos.

Só há uma certeza: não vamos parar até a tarifa baixar!
Dia 25/01 [terça], às 15h, na Praça da Alegria - Plenária do movimento #contraoaumentoJP - Reflexão para transformar a realidade! Vem com a gente!

Abaixo, reproduzimos matéria do Portal Pb1:



Prefeito não comparece a audiência com estudantes







   
Krystine Carneiro
Os estudantes de João Pessoa realizaram, na tarde de hoje (18), o quinto protesto contra o aumento da passagem de ônibus na Cidade. A mobilização supostamente aconteceria em paralelo com uma audiência marcada para hoje, onde estariam presentes o prefeito Luciano Agra e representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFPB, mas, devido a uma viagem, o prefeito não compareceu.

Com a ausência de Agra, os estudantes encaminharam à prefeitura, em reunião com a ouvidora Tânia Brito, o secretário de articulações políticas Dunga Junior e a vereadora Sandra Marrocos, um ofício protocolando as reivindicações e solicitando uma reunião na próxima semana.



As reivindicações são: a redução da tarifa de R2,10 para R$1,90; uma auditoria junto ao Ministério Público para analisar as contas das empresas de transporte público e as planilhas que justificaram o aumento; um seminário de mobilidade urbana na cidade de João Pessoa; e uma tarifa social, onde, por exemplo, todos pagassem meia aos domingos sem restrições.
Em relação à reunião solicitada, os representantes do Prefeito não confirmaram um dia, mas prometeram um encontro para a próxima semana. Os estudantes estão programando, ainda, outro ato, que possivelmente acontecerá na quarta-feira (26), e garantem: “semana que vem a gente só sai quando o prefeito receber a gente”.


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Não podem calar a voz das ruas!

Uma cena triste ocorreu nessa quarta-feira, dia 12. Estudantes de um lado, trabalhadores do transporte coletivo do outro. À mando dos patrões, o sr. Antônio de Pádua, presidente do Sindicato dos Motoristas, capitaneou cerca de duzentos trabalhadores que receberam R$30,00 para intimidar a manifestação dos estudantes. Capangas não identificados provocavam e agrediam os manifestantes. Tudo isso com a conivência da PM, que foi avisada da presença de armas em porte dos agressores e, ao invés de revistá-los, partiu pra cima dos estudantes em um ato de pura covardia. Nós não vamos parar! Na terça-feira, dia 18, temos mais um ato marcado #contraoaumentoJP e esperamos a presença massiva dos estudantes em frente à Prefeitura.

Abaixo, reproduzimos matéria do jornal O Norte e um vídeo que mostra o momento das agressões.



Manifestação de estudantes e motoristas termina em pancadaria no centro de João Pessoa

Quarta, 12 de Janeiro de 2011 18h01 
Por Cecília Lima, do Jornal O Norte 

O clima ficou tenso na manifestação realizada por estudantes na tarde desta quarta-feira, dia 12, no centro de João Pessoa. A manifestação é contra o aumento das passagens de ônibus, mas brigas e discussões começaram a ocorrer porque motoristas das empresas de transporte público teriam sido convocados para também se manifestarem no mesmo local e com isso inibir o movimento dos estudantes.
Os estudantes protestam contra o aumento o valor da passagem de ônibus em frente ao Paço Municipal, no centro da cidade. Simultaneamente, mais de 200 motoristas e cobradores de mobilizavam contra estudantes que durante os protestos estariam agredindo-os. Alguns motoristas e estudantes se agrediram fisicamente, e o trânsito na área ficou lento.
O movimento estudantil tem promovido atos públicos contra o aumento da passagem desde a semana passada e Antônio Diniz, presidente do Sindicato dos Motoristas, afirma que o protesto foi iniciativa da categoria, em repúdio a atitude dos estudantes. “Não apoiamos a forma como os estudantes estão se manifestando, eles estão fechando ruas, atrasando os ônibus e agredindo motoristas e cobradores verbalmente. Por isso decidimos vir aqui, marcar nossa posição, defender nosso direito de trabalhar em paz”, explica o presidente, que julga como irresponsável a abordagem dos estudantes.
A classe estudantil nega que esteja usando de violência física ou verbal para se manifestar. O estudante de Biologia, Igor D’Angelis, afirma ter sido empurrado por um cobrador. “Se eles consideram nosso protesto violento, o correto é que prestem queixa na Polícia. Fui empurrado aqui e não revidei, porque não estamos aqui pra agredir ninguém, viemos para mostrar ao prefeito e à sociedade que não vamos nos calar”, afirma Igor.
A tarifa de ônibus, que antes custava R$ 1,90, sofreu um reajuste de 20 centavos. O novo preço começou a ser cobrado no dia 3de janeiro. Os estudantes consideram o valor abusivo e desde então têm se mobilizado contra o aumento. Uma reunião com o prefeito Luciano Agra está marcada para a próxima terça-feira, dia 18, para discutir a questão.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Do lado de lá, trabalhadores oprimidos e capangas. Do lado de cá, nós.

Empresas de ônibus montam falso protesto de motoristas para inibir estudantes contrários ao aumento da passagem de ônibus


Neste momento aproximadamente 200 empregados das empresas Transnacional, Reunidas, Marcos da Silva e São Jorge, entre motoristas e cobradores, encontram-se em frente ao Paço Municipal, no Centro da Cidade.

A aglomeração começou quando cerca de 80 estudantes se preparavam para realizar o quarto ato de protesto contra o reajuste que aumentou em mais de 10% o valor da passagem de ônibus em João Pessoa.

Segundo relatos dos estudantes, enquanto a mobilização contra o aumento era organizada, dezenas de pessoas fardadas com uniformes de empresas de ônibus da Capital começaram a se reunir em frente ao Paço Municipal. Quando os estudantes anunciaram o início do ato foram duramente reprimidos pelos empregados das empresas de transporte público.

O estudante Enver Cabral, que participa da organização das mobilizações denominadas "#ContraoaumentoJP", afirmou que um grupo de homens uniformizados partiu para cima dos estudantes que discursavam através de uma carro de som. "Sem nenhum motivo aparente nos vimos surpreendidos por mais de trinta pessoas, que tiraram o microfone das nossas mãos e nos intimidaram com ameaças de agressões."

No momento os dois grupos encontram-se em frente ao Paço Municipal. A polícia foi acionada.

Em breve mais informações.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Usuários de transporte público fazem mobilização no Centro


O DCE já tem uma audiência marcada com o prefeito para o dia 18 de janeiro




Na tarde desta quarta-feira, os usuários de transporte público de João Pessoa se mobilizaram contra o aumento da tarifa de ônibus. Com apitos, faixas e cartazes, os manifestantes se concentraram em frente ao Theatro Santa Roza e invadiram o asfalto ocupando duas faixas e deixando o trânsito lento no centro da Cidade.
Segundo o coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Alexandre Santos, o objetivo da mobilização é levar o diálogo até a população distribuindo panfletos explicativos e mostrando que os estudantes estão indo às ruas. O DCE pede que o preço da passagem volte a ser R$ 1,90 e que congele nesse valor.
Alexandre também informou que a luta não é só dos estudantes. Está marcada para segunda-feira uma reunião com outros movimentos. “Estamos pensando em um ato unificado, não somente dos estudantes, mas também com outros trabalhadores, da limpeza urbana, o movimento de mulheres entre outros movimentos sociais”, conta, “queremos aglutinar outras forças da cidade”.


Uma das reclamações do DEC/UFPB é pelo aumento estar acima da inflação. “Acima do reajuste dado aos cobradores, aos motoristas, acima do salário mínimo também”, enumera Abraão Matheus, estudante universitário, e, como fez questão de enfatizar, desempregado.
“Eu, professor, vejo o sacrifício dos meus alunos pegando ônibus, vejo essa realidade de famílias extremamente pobres, que ganham um salário mínimo e têm que dar 10% do seu orçamento ou até mais pra pagar uma tarifa extremamente absurda”, desabafa o professor de história da rede estadual, Renan Palmeira. Mas ele não vê o problema apenas de longe. Renan não sabe dirigir e também é usuário do transporte público coletivo. “Gasto, por dia, R$ 4,20. Dá por semana quase R$ 25 e por mês R$ 100 só pra ir e voltar do trabalho”, explica, “pesa muito no meu bolso, principalmente porque professor também é muito mal remunerado, eu poderia tá comprando livros, investindo nos meus estudos, num plano de saúde”.
Planilha Tarifária
O DCE acusa as empresas de transporte urbano de João Pessoa de estarem sendo desonestas com suas contas. Segundo eles, o lucro dos empresários é de, pelo menos, metade de cada passagem, ou seja, R$ 1,10 para cada usuário, enquanto que os relatórios não discriminam lucro algum. “Quando eles vêm falar de aumento de passagem, eles vêm com planilhas técnicas que têm valores irreais”, afirma Abraão, “surreais, diria eu”.
O conselheiro tarifário do DCE, Enver José, explica que a própria planilha tarifária determina que quanto maior for o número de estudantes, mais alto é o preço da tarifa. Mas de 2006 até o ano passado, a quantidade de estudantes diminuiu de 40% para 20%. “Se reduziu a quantidade de estudantes, a tarifa de ônibus devia também ter reduzido” pontua.
Enver também diz os problemas do usuário, como superlotação e demora dos ônibus, não é discutido nas reuniões do conselho. “Mas o problema do empresário, a prefeitura sempre resolve, que é sempre um reajuste”, diz.
Esse e outros pontos serão discutidos com o prefeito Luciano Agra no próximo dia 18 em uma audiência. Na pauta da reunião estão a redução da tarifa, a relização de um seminário de mobilidade urbana na cidade de João Pessoa e a solicitação de uma auditoria das contas das empresas de transporte urbano da Cidade para averiguar essas denúncias.



Redes sociais
Nos movimentos sociais, a validade das manifestações online é às vezes questionada. Enquanto muitos acham que “xingar muito no twitter” não ajuda a alcançar o objetivo dos movimentos, outros vêem a ferramenta como um “empurrãozinho”. “Algumas pessoas que, por conta do trabalho, não tão podendo vir, espalham vídeos, cartazes virtuais, elas têm dado apoio nesse sentido”, defende Alexandre, “nem todo mundo pode vir, e, quando não vem, rola um apoio muito maciço pela internet”.
Porém, Abraão frisa que só tuitar não adianta. “Já disseram que ‘quem não tuita, não milita’, mas não adianta ser apenas um holograma, uma fotinha nas redes sociais, tem que tá na rua também”, diz

FONTE: Portal Pb1 - postado por Krystine Carneiro.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O aviso já foi dado: A cidade vai parar!



Reproduzimos, agora, texto do músico Pedro Osmar, mais uma voz contra o aumento das tarifas no transporte coletivo de João Pessoa. Não deixem de participar do TUITAÇO HOJE, às 19h. Usem a hashtag #contraoaumentoJP e xinguem muito no twitter!

EU TAMBÉM ANDO DE ÔNIBUS (reflexões festivas de fim de ano)!
Pedro Osmar, 31.12.2010.

O saco de Papai Noel está sendo aberto. Pela internet (youtube) vejo matéria sobre manifestação de estudantes protestando contra o aumento das passagens de ônibus, mas principalmente a partir de um detalhe que tocou fogo na questão: o fato das lideranças estudantis não terem sido chamadas para a mesa de negociações entre poder público e empresários, o que é motivo de suspeita de alguma coisa. Terá sido verdade isso? Estaremos voltando às velhas práticas?

A partir do dia 01 de janeiro de 2011, a passagem de ônibus na grande João Pessoa aumentará, de R$ 1,90 para R$ 2, 10, e o salário mínimo nacional aumentará de R$ 510, 00 para R$ 540,00, fazendo-nos acreditar que essa politicagem nacional está mesmo zonando com a cara da gente. Para quem vive de salário mínimo, e tem que sustentar uma família de forma minimamente miserável, são aumentos abusivos. São aumentos que atentam contra a condição humana de cidadãos de bem que vivem para trabalhar (de forma escrava), seja numa repartição pública, numa empresa privada ou na rua, como vendedor de bugigangas.

Para quem anda de ônibus e ganha salário mínimo, sejam pais de família ou estudantes, qualquer aumento é abusivo, considerando o poder de compra do salário que se ganha! E politicamente, nem se fala! É um abuso de poder! Afinal, a população que anda de ônibus não tem nada a ver com os acordos que os políticos fazem com os empresários no sentido de garantir a lucratividade de suas empresas, fazendo com que esse lucro (ou seja, o roubo consentido das autoridades), saia do salário do trabalhador diretamente para a conta das empresas. Isso é um crime!

O poder público tem que ter coragem para planejar a estatização das empresas de ônibus, porque aí, sim, estaremos vivendo e construindo a democracia popular que tanto defendemos nos discursos! Agora que o PSB é governo em âmbito municipal e estadual, deve encarar com seriedade e responsabilidade esse projeto de estatização das empresas de ônibus da cidade de João Pessoa e do estado da Paraíba, para fazer jus aos votos que vem recebendo nas últimas eleições. A população não pode ser penalizada com as armações da eterna ganância empresarial, que quer pisar a todos e passar por cima de tudo, inclusive da dignidade das populações.

Alguém tem que pagar essa conta junto com o povo, e a primeira providência é sustar esse aumento das passagens, e com a seriedade e responsabilidade que o governo municipal de Ricardo Coutinho/Luciano Agra sempre teve, sentar educadamente com todas as lideranças da sociedade (estudantes, trabalhadores, políticos, empresários) e com eles pensar, politicamente, um tipo de reajuste que seja justo e não agrida o bolso dos que precisam do ônibus para exercer a sua produtividade (ir trabalhar, ao lazer, estudar).

Sem falar na garantia de gratuidade do transporte para os desempregados, idosos acima de 60 anos e deficientes físicos (vi cena de um idoso pedindo parada em frente ao mercado de artesanato, e quando ele ia subindo o ônibus arrancou, e um senhor, de uns 80 anos, caiu no asfalto). Enfim, até isso é grave: o tratamento que os motoristas dão ao usuário é desumano em alguns momentos, como se não bastasse. A vergonha política que define os nossos salários, a partir do mínimo de R$ 540, 00 (para o grosso da população) até o de um secretário de estado e seu adjunto, de R$ 18.000,00, esconde a injustiça típica do capitalismo selvagem, que, infelizmente, não se resolve pela paz. As elites facínoras que comandam o país, qualquer país, em qualquer âmbito de poder, é a responsável direta e indireta pelos abismos sociais que tanto apavoram essas elites e as populações desarmadas.

E esse “transe” tende a se radicalizar ao longo das semanas, meses e anos das administrações, considerando que a esquerda que está no poder nos últimos oito anos, não foi capaz de fazer valer a diminuição desse abismo social e político, ficando então a realidade à mercê da violência institucionalizada que é, no final das contas, quem consegue equilibrar os poderes numa sociedade burguesa, fundamentada no capitalismo selvagem, e a selvageria atinge a todos, até quem nada tem a ver.

Uma coisa é certa: as lideranças organizadas dos estudantes e trabalhadores deve ser levada em consideração (como nos bons tempos) já que democracia é a participação de todos os segmentos organizados no debate dos grandes problemas sociais, incluindo a questão do transporte coletivo. Ou vamos preferir ver as batalhas campais de ônibus sendo depredados, estudantes e usuários apanhando no meio das ruas e presos? Acho que a nossa maturidade política deve prevalecer.

domingo, 2 de janeiro de 2011

A perigosa memória das lutas...

Pessoal, feliz primeiro post de 2011! Para começar bem o ano, encontramos um fragmento da memória das lutas estudantis e do nosso Diretório Central em meio às postagens da comunidade Não ao aumento JP. Trata-se de uma cronologia que data do ano de 1988, onde os movimentos sociais e populares andaram de braços dados com o movimento estudantil na luta contra o aumento das tarifas no transporte coletivo e conquistaram o congelamento das tarifas e a criação do SETUSA, com passe livre estudantil. Vale a pena ler! O link é do flog RotaBus PB

ESTUDANTES BOTAM PRA QUEBRAR

Num movimento começado pelos estudantes secundaristas e universitários, a Paraíba os viu irem para as ruas, enfrentar a polícia, levar mais de 30 mil pessoas para protestar no maior movimento popular que a história da Paraíba registrou: foram mais de 30 ônibus quebrados, vários incendiados, numa expressão viva de fúria que envolveu o povo nesses dias de protestos. O resultado foi a vitória. O Governo da Paraíba recuou, interviu na prefeitura, desmoralizou mais ainda o prefeito e congelou o preço das passagens.


15 de agosto - Reunião do conselho da STP (Superintendência de Transportes Públicos), onde foi homologado por sete votos a um, o aumento da tarifa para 44 cruzados. O DCE foi o único contra o aumento, entre os oito membros do Conselho. O presidente do DCE, Flávio Lúcio, foi expulso da reunião. Imediatamento, o DCE enviou um Telex ao prefeito Carneiro Arnaud exigindo a revisão do aumento. O prefeito fez ouvido de mercador.
16 de agosto - O DCE/UFPB, a FEPAC (Federação Paraibana das Associações de Comunidades) e a comissão Pró-UPES (União Pessoense dos Estudantes Secundaristas) realizam passeata de protesto até a sede da Prefeitura Municipal, exigindo uma audiência do prefeito Carneiro Arnaud, em resposta ao Telex. Carneiro não se encontrava na sede da prefeitura. Dois ônibus foram apedrejados. O presidente do Sindicato patronal, Abelardo Azevedo, joga a culpa dos apedrejamentos em João Xavier, diretor do DCE, Jaêmio Carneiro, do PV, e Vladimir Dantas, da FEPAC. Logo vê-se que as acusações são infundadas.
17 de agosto - O movimento ganha fôlego. Uma enorme passeata sai do Lyceu rumo à Prefeitura de João Pessoa, onde novamente o prefeito não é encontrado. Cresce a revolta popular. Muitos ônibus são apredrejados. O movimento é nacionalmente divulgado. Abelardo Azevedo é flagrado dando tiros para cima nas ruas.
18 de agosto - Pela manhã, ha uma grande investida nos rádios contra a liderança do movimento, taxada de oportinista e irresponsável. Até Dom José Matia Pires, no programa  Correio Debate, aconselha o povo a não engrossar os protestos radicalizados contra o aumento das passagens. Vãs tentativas. O trabalho de mobilização da UFPB e escolas permanece e cresce em adesão e simpatia. Contudo, prevê-se que haverá enfrentamentos com a polícia. E realmente a polícia aparece. Antes de começar a passeata pacífica, a polícia aparece com violência batendo e prendendo manifestantes entre os quais Zenedy Bezerra, diretor do DCE. Os manifestantes resistem. Observando ser incontível a disposição dos manifestantes, a polícia sede, e após negociação envolvendo as entidades do movimento, a passeata ganha as ruas. Na prefeitura, novamente o prefeito Carneiro Arnaud não é encontrado. Chegando próximo ao viaduto a passeata já envolve praticamente toda população presente, naquele momento dentro da cidade. A partir daí, a revolta popular é incontrolável. E quebra-quebras repetem-se de todos os lados repetem-se por todos os recantos da cidade. Preocupados, reune-se o alto staff do governo do Estado. Burity tira da cartola uma proposta para contar a revolta popular: congelamento do preço da tarifa e a criação de uma empresa estatal de transportes públicos...
Manifestantes no Parque Solón de Lucena (Lagoa)

19 de agosto - A cidade amanhace sem transportes. Clima de feriado e ressaca. Às 10 hrs da noite, os ônibus voltam a cirular com os preços congelados. Vitória não do governador, mas do movimento popular organizado. Vitória do povo de João Pessoa. Exemplo para futuros embates.

Fonte: DCE Presente - Jornal do Diretório dos Estudantes da UFPB - Agosto de 1988, nº 1.